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[Fórum Blockmaster 2018] Dinheiro: o velho e o novo cenário

O atual sistema financeiro tem como os principais beneficiários os bancos; O Bitcoin chegou para revolucionar esse sistema

 

*Por Bianca Borges

 

A criação do Bitcoin já pode ser considerada um divisor de águas no mercado financeiro e tende a causar cada vez mais mudanças no cenário econômico atual. Clarissa Vale, Offering Management da UBS Switzerland AG, falou hoje, dia 12 de novembro, sobre o panorama atual e o futuro da economia global no Fórum Blockamaster 2018.

Clarissa Vale, Offering Management da UBS Switzerland AG no Fórum Blockmaster 2018

 

A maioria de nós não entende o que é o dinheiro, como ele é criado e como o sistema, através do dinheiro, consegue impactar as nossas vidas”, explicou a executiva.

O primeiro tópico abordado por Clarissa foi a verdadeira identidade do dinheiro. Afinal, o que é dinheiro? A Offering Management respondeu:

“Dinheiro é o que eu tenho no banco, na poupança? O que a gente pensa que é dinheiro, na verdade é moeda. As características são similares, porém tem uma diferença importante entre ambos: a reserva de valor”.

A reserva de valor é algo que por mais de 5 mil anos foi representada por metais precisos como o ouro por exemplo.

 

Como funciona o sistema financeiro internacional?

“O sistema monetário é complexo, justamente, para poucas pessoas entenderem como ele funciona e, dessa forma, esse sistema consegue se manter ativo por mais tempo” ressaltou Clarissa.

Em sua apresentação, ela forneceu um panorama sobre os últimos 100 anos do sistema financeiro internacional. Veja abaixo o histórico desse sistema:

Para a executiva, nós estamos passando por um ciclo que não é eterno e, em determinado momento, esse atual sistema monetário vai fazer a transição.

Em sua explicação sobre a história do sistema financeiro, Clarissa revelou que muitos presidentes estavam receosos em estabelecer bancos centrais, isso porque, sabiam que esse seria um sistema que não iria contribuir para o benefício total da população e ajudaria apenas uma minoria.

A gerente também destacou as tentativas dos Estados Unidos de tornar o dólar o lastro da moeda internacional e garantir a demanda da moeda no mundo. Um exemplo disso foi, em 1973, o fechamento do acordo Preto-Dólar com países produtores de petróleo. O contrato estabelecia que todos os barris deveriam ser negociados em dólar.

Por um tempo essa tentativa surtiu efeito, mas, hoje, o que se vê é a “desdolorização”, palavra utilizada por Clarissa durante a sua apresentação. Um fato que evidencia isso, é que, recentemente, a China estabeleceu um contrato com esses mesmos países petrolíferos para negociar barris em Yuan.

 

Quem lucra com o sistema monetário atual?

O atual sistema financeiro tem como os principais beneficiários os bancos. Os clientes colocam dinheiro nas instituições bancárias, e estas emprestam essa quantia monetária para um outro cliente, cobrando juros, nos quais os lucros só dizem respeito ao banco.

De acordo com a explicação de Clarissa, os bancos multiplicam o dinheiro, mas para esse processo se concretizar realmente, é preciso imprimir mais papel moeda.

“Esse dinheiro está sendo criado e, por conta disso, a moeda que você tem na mão começa a perder valor. O poder de compra consequentemente cai”, salientou a executiva. “Qualquer forma de ativo hoje está distorcida por causa da quantidade de dinheiro que foi colocado no mercado”, completou.

No final do processo, o dinheiro que foi multiplicado pelo banco, sem realmente ser impresso, é pago por nos através de impostos.

 

E onde está o Bitcoin e as outras moedas digitais nessa história?

De acordo com Clarissa, o Bitcoin foi inspirado para revolucionar esse modelo, e a Blockchain tem o poder de substituir todos os sistemas financeiros globalmente, inclusive substituir 90% da Wall Street e até fornecer algumas funções de governo. É um sistema monetário justo e imparcial.

Em relação à instabilidade do Bitcoin, Clarissa se mostrou positiva:

“A gente está bem no início do processo. Se a gente acreditar que ele [o Bitocin] veio para ficar, a gente tem que ser mais paciente quanto a isso. A estabilidade, no caso do bitcoin, está no próprio Bitcoin. O que está instável é a moeda fiduciária que está por trás desse ativo. Como por exemplo a instabilidade do Dólar”, finalizou.

 

*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Jornalista e Analista de Conteúdo na Blockmaster e no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é Digital.

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