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[Conferência Blockmaster] Criptomoedas: o novo mercado de pagamentos

As criptomoedas são o “novo dinheiro”, mas muitas pessoas ainda não reconhecem esse fato

 

Por *Bianca Borges

 

Com a transformação digital e a nova economia que está sendo moldada a partir dela, muitos processos e modelos de negócios estão sofrendo mudanças. Um deles, sem dúvida, é a maneira como fazemos pagamentos. Na Conferência Blockmaster, que aconteceu hoje, dia 10 de abril, em São Paulo, Juliana Assad, CDO da Coinwise, falou sobre a evolução desse mercado de pagamentos com o aparecimento das criptomoedas.

“Quando li o artigo do Satoshi Nakamoto sobre o bitcoin, percebi que tudo que eu conhecia no mundo financeiro iria mudar”, afirmou Juliana.

Juliana Assad, da Coinwise, explica porque as criptomoedas são o “novo dinheiro” durante a Conferência Blockmaster em São Paulo

 

O novo dinheiro chamado criptomoeda

Durante a palestra, a CDO da Coinwise, ressaltou diversas vezes que as criptomoedas são o “novo dinheiro”, mas que muitas pessoas ainda não as enxergam dessa forma. Ela explicou:

“Quando a gente fala em cripto, a grande maioria das pessoas pensa na variação da cripto em relação ao real, ao dólar, e em como ganhar dinheiro com isso. Mas é importante lembrar que as criptomoedas não são mecanismos de investimento, a grande disrupção aqui é tecnológica”.

Segundo Juliana, a grande dificuldade em considerar as criptomoedas como inovação tecnológica é porque esse tipo de inovação nunca esteve ligada ao dinheiro propriamente dito, como é o caso das criptomoedas.

Um dos motivos pelo qual as criptomoedas podem ser chamadas de “o novo dinheiro”, é porque elas recriam as propriedades do dinheiro em espécie, acrescentando algumas facilidades. Veja abaixo:

 

Resistência a mudanças

O dinheiro já passou por diversas transformações se avaliarmos a história da nossa sociedade. No passado, o dinheiro ou moeda de troca já foi atribuído a itens como: sal e ouro. Depois passou a ser constituído por moedas de metal, papel moeda, cartão de débito e crédito e agora wallets.

“Não é difícil a gente imaginar que o dinheiro pode mudar de novo”, salientou a CDO.

Mas porque existe uma certa resistência às criptomoedas?

Para Juliana, a grande diferença que a criptomoeda traz é que ela não é um movimento feito pelos governos e pelas grandes instituições. Se os criptoativos tivessem sido idealizados pelo FMI ou um banco central, talvez ela não encontrasse tanta resistência.

“Você acha que as criptomoedas enfrentam barreiras porque o bitcoin pode te dar um retorno como investimento? Eu digo que não é com isso que as instituições estão preocupadas. Elas estão preocupadas se esses ativos vão substituir o dinheiro”, explicou Juliana.

 

Atualmente, o bitcoin e as demais criptomoedas são utilizadas como ativos financeiros porque são voláteis, e no mindset da sociedade atual, tudo que é volátil é visto como uma possibilidade de investimento.

 

Pontos positivos

De acordo com Juliana, a especulação do bitcoin gerou um ponto positivo:

Muita gente ficou sabendo do bitcoin rapidamente e isso foi bom. Mas a especulação mostrou pra gente a nossa obsessão pelo fiat money, pelo dólar. As pessoas começaram a comprar bitcoin, não porque acreditavam na moeda, mas porque acreditaram que teriam um lucro com isso”, afirmou.

No palco da Conferência Blockmaster, a CDO da Coinwise mencionou alguns pontos positivos da adoção das criptomoedas:

Sobre o último tópico “As criptomoedas como independência financeira ou como tecnologia transacional”, Juliana ressaltou:

A criptomoeda te dá o poder de ser dono do seu próprio dinheiro, só que eu descobri que muita gente tem medo disso, tem medo de perder dinheiro. Mas a melhor parte é poder ter essa escolha”.

 

Os três principais desafios

Nem tudo é perfeito no mundo dos criptoativos e melhorias são necessárias. Juliana listou os três desafios que considera mais relevantes:

Adoção: temos que ter mais gente no ecossistema de cripto. Para isso precisamos melhorar a usabilidade e acabar com o preconceito e com a desconfiança do mercado.

Cultural: tudo que é novo assusta. Lembra que eu falei que nem o cartão de crédito é uma tecnologia que ainda não teve adesão de 50% da população mundial? Imagina as criptomoedas que estão no início da jornada.

Regulatório: é o item catalizador para que as coisas aconteçam. Eu vejo que muitos players acham bacana as criptomoedas, percebem que elas resolvem o problema de fraudes, por exemplo.[O problema é]: as criptomoedas não são reguladas e fica a dúvida sobre ter riscos tributários.

No final da apresentação, Juliana expos uma preocupação:

“A minha grande preocupação é que a regulação das criptomoedas não matem a inovação dessa tecnologia. A gente fala muito de mudança, mas no final das contas pouca gente está querendo mudar”.

A CDO da Coinwise também deixou uma indagação à plateia: “Você está mudando de fato? Quais são as suas principais amarras?”.

 

*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo na Blockmaster e no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o setor Digital.

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